Possuímos um ‘dispositivo’ de proteção natural que nos permite avaliar as possíveis consequências de uma determinada ação antes que ela ocorra. Na maioria das vezes este mecanismo não está sob controle e, nos ambientes corporativos, podem ser facilmente encontradas manifestações desta natureza. Reais ou fantasiosos, estes processos subconscientes disparam um estado hipotético de perigo e insegurança capazes de desmotivar as equipes.

Quais são as suas origens?

Acredite se quiser, os adultos de hoje foram crianças um dia. A vida profissional e as disputas, em tese, trazem à tona a forma como o indivíduo codificou o seu mundo desde a infância. Controle pessoal ou a perda dele estão sincronizados com as diferenças entre educar e domesticar as crianças.

Um conjunto muito rígido de regras familiares, ou escolares, desenvolvem alguns comportamentos típicos. A inexistência de regras provoca outros.

Exemplo: Imagine você, o estado mental de uma criança que é repreendida com gritos dia após dia, em casa e na escola. Solidão ou desespero registrados e que afetam o desenvolvimento social e os traços de personalidade como irritação excessiva ou agressividade.

Sentimento de culpa e vergonha em relação ao mau tratamento prejudica ainda mais as bases cognitivas, uma vez que ambos sentimentos, obviamente desagradáveis, criam distância da felicidade, provocam a ‘acidez’ no adulto, remetem ao medo, quadros depressivos e, nos mais graves, ao suicídio.

Como são desenhadas as questões éticas e morais no percurso da vida?

Os cientistas ainda carecem de tecnologias capazes de demonstrar as experiências vivenciadas no passado. Os relatos nas sessões terapêuticas oferecem aos psicólogos pequenos lampejos (cenas rápidas trazidas pelo pensamento automático) ou ilusões, fragmentos utilizados para trabalharem a estrutura psíquica do paciente.

A condição necessária para o desenvolvimento de cada um está intimamente relacionada na forma como os familiares ou cuidadores se comunicam entre si.

O desenvolvimento do homo sapiens está calcado em algo denominado ‘mente social’, uma necessidade da espécie de receber atenção aos seus sentimentos, emoções e problemas, um pacote de habilidades necessárias e fomentada desde os primórdios da história humana.

Experimente ficar atento na reação de uma criança quando se oferece respeito na aproximação física, abraços, beijos, olhares carinhosos e valorização da fala. Sinta em você mesmo a paz proporcionada por estes momentos.

O despertar da consciência esbarra no drama eterno das influências sofridas ao longo da vida e as consequências provocadas.

No mundo globalizado, simplesmente desaparecemos na multidão e a base realística e sólida para manter o equilíbrio emocional está particularmente conectada à autodeterminação e capacidade de oferecer afeto.

Não é tarefa fácil entender este paradoxo criado entre o despertar do inconsciente coletivo e a força do carinho e amor.

Humanizar, no futuro, talvez seja um sinônimo da ação enérgica para influenciar o caminho; bem-sucedido aquele ao alterar o curso da própria história. E sem sombras; o caráter de invencibilidade interna frente aos desajustes cotidianos e a competição acirrada.