UM ESFORÇO DIRIGIDO
O cérebro está em constante mudança e a ‘ebulição’ das infinitas conexões neuronais produzem o processamento das informações. Pulsos elétricos tecem as ‘teias’ de pensamentos, uns puxam os outros e atingem diversas áreas corticais.
A inteligência pode ser explicada pela capacidade de compreender e controlar o mundo ao redor de si. Darwin atribuiu grande importância nas considerações sobre a evolução da mente humana e do cérebro. Vygotsky, na década de 30 do século passado, pesquisava acerca da cognição e inteligência. Na época, seria fácil aceitar que apenas os humanos dispõem de inteligência concreta, abstrata ou conceitual.
No desenrolar dos tempos… novos estudos reacenderam debates sobre a inteligência, cientistas descobriram recentemente a capacidade do golfinho de aprender uma linguagem rudimentar baseada em símbolos, observar e inspecionar partes do corpo, reconhecendo-se num espelho. Habilidades ‘reservadas’ antigamente somente aos humanos.
As dificuldades de captar, ainda hoje e em tempo real, no córtex e neocórtex como as ‘estratégias cerebrais’ trabalham, mostram que a tecnologia disponível não é capaz de oferecer um entendimento profundo acerca deste assunto.
Com relação ao nível cognitivo, pedagogos e pesquisadores trabalham a relação entre o desempenho das crianças na mesma idade. A psicometria e as suas aplicações práticas de investigação existem há mais de um século, no entanto, não possuem indicadores precisos de ‘quantidade’ da inteligência e nem conseguem detectar as dificuldades de aprendizagem com exatidão.
Um agravante: A contemporaneidade tem separado as crianças do meio ambiente, o mundo virtual com maior presença, está colocando em risco o desenvolvimento psicossocial. A facilidade de acesso aos objetos digitais, apesar de facilitarem o desenvolvimento em alguns tipos de inteligência, desconectam os pequenos seres da socialização e podem gerar dependência patológica.
A vida em sociedade requer capacidade lógica, verbal e prática. A inteligência verbal ocorre no lobo temporal esquerdo, pode ser traduzida pela capacidade de formatar o ato de pensar em código fonético numa língua humana conhecida para formular argumentos coerentes.
Existem marcos reconhecidos do desenvolvimento pessoal apenas até o início da idade adulta. Após este momento estarão todos os seres prontos e não passam por outros momentos de ascensão ou quedas?
Ninguém consegue até o momento, explicar como os diversos tipos de inteligência interagem num indivíduo e relacioná-los ao desempenho acadêmico, status ocupacional ou renda obtida.
O projeto ‘Genoma Humano’ ao utilizar técnicas de análise do DNA para tentar determinar quais são as diferenças intelectuais, provou que este assunto é mais complexo do que o esperado. A inteligência pode, de fato ser influenciada por muitos genes, a aprendizagem personalizada, mas regras clássicas estão apenas no campo das divagações.
A cognição consiste em alguns fatores e diferenças biológicas, sociais, entre muitas outras. A necessidade de informação sistemática e ampla destas questões passou a ser urgente, porque a sociedade planetária passa por um momento crítico da cultura científica-tecnológica.
A inserção dos conhecimentos humanos para a análise causal e suposta obtenção de regras estáveis dentro do campo da programação digital ou aprendizagem de máquina, conhecida como inteligência artificial, traz novos dilemas.
A maestria não existe, nem mesmo nas aplicações analógicas, como poderão criar todas as regras e potenciais aplicações digitais?
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