UM ASSUNTO ÍNTIMO
Algumas pessoas parecem estar eternamente sozinhas, enquanto outras ficam cercadas de gente, independentemente de estarem num grupo ou não – alguém sempre ficará capturado ou perdido dentro das próprias emoções e percepções, poderá sorrir e demonstrar paz, mas habitará um “lugar” fora deste contexto.
Refugiar-se funciona, se as palavras de José Saramago revoarem os pensamentos e crenças: “A ilha desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma”.
As dores do passado, preocupações sobre o futuro e o entusiasmo no presente precisam dar espaço para a consciência entender as verdadeiras necessidades e desejos.
Nem a cabana da floresta mais desabitada e distante será capaz de deixá-lo longe da civilização, caso queira conviver com os humanos; menos ainda, estar no meio da multidão para se livrar do isolamento.
Experimentar a solidão depende em grande parte do que trazemos conosco desde a infância. Estar sozinho pode ser maravilhoso, mas o senso comum apresenta uma realidade generalizada e dolorosa, sobretudo, nos tempos atuais baseado na sociedade da informação.
Codificada através das experiências individuais, provoca um paradoxo que denota como é difícil entender a complexidade deste tema. Possíveis medos significam a falta de ousadia em assumir o risco de viver o amor em suas diversas formas e a vida íntima ou coletiva.
Como adulto, se faz necessário olhar para o passado, mesmo que seja doloroso, atribuir novos significados às intercorrências da vida, superar as possíveis vulnerabilidades, glosar os sentimentos indesejáveis para renovar a capacidade de se relacionar.
Neste ponto, a psicologia traz uma ferramenta poderosa e denominada Mindfulness, a maioria das pessoas vive experiências “ensurdecedoras” provocadas pelos “barulhos” mentais, pensamentos repetitivos e negativistas.
Um certo grau de solidão será enriquecedor nesta prática. Logo no início as objeções corriqueiras são as dificuldades de aproveitar o silêncio e livrar-se das angústias cotidianas.
Momento importante para provocar o encontro com a sua voz interior, conectar-se para obter “insights” e decidir sobre as questões importantes da vida.
Uma quebra do processo de ansiedade é justamente acalcada quando a mente fica esvaziada, surge um “espaço” para novas ideias num passe de mágica.
Esta prática libera o indivíduo daquilo que não têm necessariamente de ser carregado e auxilia o entendimento a respeito da gratidão.
Provoca reações de bem-estar contrárias àquelas geradas com comunicadores eletrônicos das redes sociais que minimizam fragilidades momentâneas e tem potencial maléfico no sentimento de vazio ao finalizar cada conversa.
Se propõe a guiar as mudanças internas e construir uma capacidade de observação e análise construída ponto a ponto para “contaminar” positivamente o caminho criativo.
Baseado nesta prática e os seus interesses: Quais são as pessoas importantes para você, quando as visitou pela última vez e o que te impede de experimentar?
Anote os nomes dos conhecidos, ex-colegas de trabalho e escola, amigos ou parentes; reflita sobre quais deles, neste momento, estão esperando pessoas como você para um bate-papo leve e descontraído.
Antes disto, vá até o espelho e sorria para a imagem refletida porque ela é a mais importante da sua vida.
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