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UM GRANDE ABISMO

O choque de gerações é um assunto conhecido nos filmes, livros e pesquisas acadêmicas. Fora destes contextos, encontra-se uma realidade dura como as forças que agem contra as asas dos aviões: a geração dos nascidos nas décadas de 60, 70 e início de 80 do século passado figura como a campeã de divórcios em todo o mundo.

Esta ocorrência, de larga escala, produz perspectivas desanimadoras sob a geração ‘Z’ – nascimentos ocorridos após a queda do Muro de Berlim (1989)?

um-grande-abismo-1Woodstock ‘vendeu’ a ideia do amor livre. Liberais e flexíveis colaboraram significativamente para a abertura da mente e desenvolvimento de muitos novos talentos, no entanto, não planejaram como cuidar dos filhos advindos destas relações.

Uma legião gigantesca de indivíduos, agora na idade adulta, tem as suas referências sobre as constelações familiares baseada numa diversidade inimaginável e encontram o mercado de trabalho mundial de cabeça para baixo.

Apresentam práticas de tomada de decisão estacionadas no campo virtual e teórico, supostamente imaginam como a origem do leite: uma ‘caixa’ de quantidades infinitas disponíveis nas gôndolas de supermercados.

Desconhecem também as marchas e lutas inglórias contra epidemias mundiais ou escassez de recursos, porque encontram apoio no mundo ‘sólido’ e construído para eles.

Setenta anos atrás, as coisas eram diferentes – o mundo estava destruído após duas grandes convulsões planetárias e, naquela época, o sentimento era de ‘vergonha e obrigação’ com relação à humanidade.

um-grande-abismo-2Hoje, tudo é fácil, tecnologias oferecem nas pontas dos dedos, todo o necessário. A infância ‘povoada’ pela internet criou seres dependentes da comunicação cibernética.

Possíveis causas de os pais sentirem-se culpados pelo desastre e fragilidade dos relacionamentos são refletidas nas poucas responsabilidades transferidas para seus filhos atualmente, as punições são brandas ou inexistentes e a autoridade virou uma abstração incompreensível.

São campeões no analfabetismo funcional, embora sejam os humanos que primeiro experimentaram a universalização do ensino; as notas são baixas, o distanciamento com os cuidadores e individualismo é o pano de fundo nos problemas de aprendizagem.

As atividades fragmentárias tiram o foco e dificultam a memorização de elementos básicos para a convivência social, por exemplo, criação do mapa mental que facilita conhecer os nomes de ruas e pontos importantes nas localidades onde moram.  Os ginásios de ‘Pokemon’ conhecem praticamente todos.

Estão desconectados do mundo real?

Pessoas silenciosas ocupam apenas alguns pontos geográficos das residências, possuem montanhas de dados coletados no Google, as frustrações são percebidas como ‘game over‘ dos jogos de videogames escritos pelos seus antecessores, querem respostas on-line e essa necessidade de feedback imediato é um fenômeno importante.

É a primeira vez na história que as mudanças são mais rápidas do que os pensadores podem sugeri-las.

A velocidade começa a mostrar uma marca verdadeira e o ensino precisa se transformar em algo intuitivo e lógico. Os professores perderam o controle – informação não está mais sob a sua gestão, a referência de segurança para os alunos ficou no passado e as salas de aulas arcaicas continuam cheias de ‘Barsas, Britannicas ou Delta-Larousses’.

Num passado muitoum-grande-abismo-3 próximo, não haviam preocupações com a sustentabilidade planetária ou ataques terroristas; para a ‘Z’, estes assuntos permeiam sua existência.

As crises econômicas acontecem desde que foi necessário caminhar do ‘berço’ africano para os outros continentes, uma catástrofe severa de fome para eles, é apenas ‘link’ de internet e a preocupação passa logo após abrirem um saco de batatas fritas.

Enquanto você assiste reclamações desta natureza, reais ou imaginárias, esses jovens adultos talvez queiram algo refletido dos seus próprios valores e o máximo que a sociedade atual pode oferecer são os bons exemplos.

Enquanto se discute as diferenças abissais, a situação mais indesejada neste momento é que outros querem caminhar sem o ‘sapato certo’, dominarão o ‘nosso mundo’ de um jeito diferente e sem pedir licença.

Nós pedimos para as gerações anteriores?

Sobre marcelopelucio (336 artigos)
Possui habilidades comprovadas para agilizar processos empresarias, encontrar talentos, montar, treinar e organizar equipes. Cria programas de mentoria, melhora o clima organizacional das empresas, escolas e organismos nos quais atua. Encontra o sucesso em diversas áreas da atividade humana e detém várias premiações. Sua vida acadêmica conta com quase três décadas de estudos, possui cinco títulos acadêmicos (graduações, especialização e aperfeiçoamento), centenas de cursos dentro e fora do Brasil e participa de Mestrado em Educação. http://www.marcelopelucio.com.br

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