UMA LUTA CONTÍNUA
Os ‘sistemas operacionais’ mentais, análogos aos computacionais, controlam o funcionamento do cérebro, um computador orgânico, moldado nas experiências cotidianas e codificado continuamente por sua plasticidade – capacidade de desenvolver e mudar de acordo com os acontecimentos e escolhas.
Sua evolução individual está baseada na forma de utilizá-lo: positivo para quem está disposto a enfrentar as barreiras do desenvolvimento mental, e má notícia quando apresentam baixa autoestima ou pensamentos destrutivos, porque o estímulo no cérebro fica ‘exercitando’ áreas da ansiedade, medo, pânico ou preocupações capazes de gerar desequilíbrio na regulação das emoções, introspecção e enfraquecimento dos mecanismos antiestresse.
Em tese, o acúmulo de preocupações pode deteriorar a saúde mental, qualidade das conexões neurais e capacidades cognitivas ou emocionais.
Os mecanismos mantenedores da vida, controlados na porção mais antiga do encéfalo, têm o objetivo de manter o equilíbrio das funções orgânicas. Quando algumas delas apresentam alterações significativas, seja pelo excesso de atividade ou a combinação com o uso de substâncias lícitas ou ilícitas, podem causar até a morte de células neuronais.
Quais são as implicações?
A morte de um neurônio significa risco com perdas de conexões. E para reativar áreas perdidas, o cérebro precisa trabalhar mais, afim de encontrar alternativas para manter as informações ativas com novas rotas de comunicação; em alguns casos acontecem perdas definitivas de memórias e conhecimentos.
No outro campo está a possibilidade do ‘nascimento’ de novos neurônios, assunto relativamente novo para as neurociências, mas amplamente difundido nos últimos anos. Saindo deste campo físico, o caminho está na subjetividade…
O que é dito para uma criança orienta a sua existência simbólica — com frequência fica incorporado como parte da sua identidade, personalidade e a autoestima afetada com estas falas. Por isto, uma importância fundamental consiste em estimular os jovens para ‘colorir’ a sua existência, balizar o cotidiano com pensamentos saudáveis copiados dos pais, professores e cuidadores.
Receber carinho, atenção, elogios e reconhecimento pela evolução social e cognitiva consolida, geralmente na criança, a qualidade do ‘software’ no controle das interações sociais; críticas exacerbadas, humilhações ou maus tratos têm potencial de instalar padrões de pensamentos e sentimentos inadequados e destrutivos.
A experiência de vida tende a provocar estruturação ou mudanças no padrão de comportamento; literalmente as pessoas mudam conforme as suas vivências, inclusive, o que pensam a respeito de si e dos eventos passados.
Os recursos contidos no cérebro evoluem para atender aos objetivos e desejos, saber que a ansiedade provoca mudança arterial é o mesmo que aprender a controlar os próprios pensamentos e melhorar a qualidade de vida.
Um paciente quando está em psicoterapia, algumas vezes, passa a reinterpretar os eventos da história pessoal. No adágio popular, ‘quem conta um conto aumenta um ponto’, mesmo de senso comum há uma sabedoria antiga e nos tempos atuais aproveitada de forma sistêmica na ciência da psicologia: a percepção a respeito dos eventos pode ser alterada cada vez que ela é contada ou relembrada.
Muitos cientistas, filósofos e outros profissionais aplicam os seus esforços nos trabalhos para desenvolver a inteligência artificial; um paradoxo passa a existir ao melhorarem as técnicas de imputar nas máquinas a inteligência encontrada na espécie humana — chances imensas do homem usar melhor a inteligência natural.
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