Postagens Recentes:

UM ISOLAMENTO SURREAL

Quando comparados as outras espécies, os seres sociais possuem vantagens nos processos evolutivos por compartilharem recursos e proteger uns aos outros. Seguindo este raciocínio, a identidade como ‘animal’ social e o ‘rápido’ desenvolvimento cerebral funcionou como facilitador na sobrevivência do Homo Sapiens em detrimento aos hominídeos de Denisova-Sibéria, Neandertal-Alemanha ou dos antigos moradores da Ilha das Flores na Indonésia (floresiensis).

Na atualidade, as cidades são cada vez mais numerosas e complexas, sobreviver nesse ‘mundo novo’ causa um desconforto experimentado pela grande maioria dos indivíduos, principalmente nas situações de antagonismo, advindos da emergente pressão social e busca por popularidade. A prova disto está na explosão das redes sociais, frequência dessas atividades e o ‘vazio’ dos relacionamentos.

A dissonância cognitiva, um tipo de percepção acerca dos resultados contrários às expectativas pessoais é um espectro das tensões psicológicas vividas nos conflitos internos em oposição ao autoconceito. Aspectos psicossociais formadores de pensamentos disfuncionais que desencadeiam grande desperdício de tempo, crenças autodestrutivas e recusa em admitir erros, sem o devido questionamento objetivo para se manter aberto às críticas construtivas.

Perceba um dos pontos, nos quais, surgem os radicalismos.

E os processos cerebrais?

Das diversas funções que exercem, as sub-regiões do córtex cingulado anterior, uma estrutura antiga e autonômica situada na base cerebral dos mamíferos, atua como sinalizadora das decisões baseadas em recompensas, provável mecanismo que provoca o surgimento da vontade consciente nos humanos. Na amígdala acontece o reconhecimento facial e a ‘leitura’ das emoções, quando esta estrutura sofre ablação ou danos, a acuidade perceptivo-visual fica comprometida. Esta perda resulta em prejuízos na satisfação com a própria vida e interações cotidianas, essenciais para viver em sociedade. Nesta linha, as pessoas que demonstram mais emoções são facilmente lembradas, seja de forma positiva ou não. Em contrapartida, aquelas menos expressivas podem passar desapercebidas.

Uma sensibilidade, segundo o conhecimento científico atual, percebida apenas no cérebro humano que talvez reflita os efeitos da seleção natural, ao longo de centenas de milhares de anos. A habilidade de formar vínculos, buscar segurança e disposição para compreender as necessidades alheias, ocorre por meio de vários tipos de linguagens funcionais. Ações dependentes de múltiplas variáveis que orbitam a forma como uma pessoa compreende os campos da responsabilidade ou liberdade, por exemplo. O bom comportamento deve estar ligado ao inconsciente coletivo aprimorado com o passar dos tempos.

As pessoas procuram se identificar pessoalmente com os grupos sociais, afim de reduzir seus riscos e desenvolvem, mesmo inconscientemente, o sentimento de obrigação para com os outros. Mas, isto acontece somente se existir uma sensação favorável de pertencimento ao grupo em questão, num poder maior, tendem a se preocupar com a aceitação, sem entender os efeitos que ela causa.

Desde sempre o homem procura viver em grupos, no Brasil a expansão de condomínios residenciais aparelhados de produtos e serviços para diminuir a necessidade de mobilidade e aumentar a segurança vive é um modelo, no entanto, criou um paradoxo interessante – mesmo vivendo durante anos, uns ao lado dos outros, os vizinhos raramente se conhecem ou interagem com profundidade.

Os pesquisadores das ciências sociais mostram perfeitamente os danos potencializados na dispersão dos interesses comuns, os hominídeos citados no início talvez sejam a prova física e sem vida da necessidade de valorização dos vínculos afetivos e expansão da intervenção comportamental global que evite a volição do isolamento.

#psicologiaavançada #jp #jornaldepiracicaba #marcelopelucio#umisolamentosurreal 

#intervenção #desenvolvimento #denisova #siberia#neandertal #alemanha #floriensis 

#animalsocial #dissonânciacognitiva#radicalismos

 

 

 

 

Sobre marcelopelucio (336 artigos)
Possui habilidades comprovadas para agilizar processos empresarias, encontrar talentos, montar, treinar e organizar equipes. Cria programas de mentoria, melhora o clima organizacional das empresas, escolas e organismos nos quais atua. Encontra o sucesso em diversas áreas da atividade humana e detém várias premiações. Sua vida acadêmica conta com quase três décadas de estudos, possui cinco títulos acadêmicos (graduações, especialização e aperfeiçoamento), centenas de cursos dentro e fora do Brasil e participa de Mestrado em Educação. http://www.marcelopelucio.com.br

Deixe um comentário