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Da Infância à idade adulta: Caminhos para o equilíbrio emocional.

As pessoas me perguntam com frequência, especialmente quando são pais ainda jovens ou depois de passarem por algum problema com os filhos, por que tantos adolescentes sucumbem sob as pressões da vida enquanto outros vão bem?

Não existe uma resposta simples. Podemos fazer muito para vencerem, mas algumas coisas acontecem na vida das crianças sem que possamos controlar.

O que se sabe a respeito disso é que para chegar à vida adulta e utilizar na plenitude as suas capacidades emocionais, intelectuais e cognitivas, psicológicas e sociais muito provavelmente o indivíduo foi incentivado e não ficou privado do carinho e atenção quando criança. Existem exceções, claro!IMG-RECORTE

Este texto construído com bases científicas, mas longe dos seus rigores, procura explicar de maneira sucinta a influência dos pais, familiares e professores no desenvolvimento das crianças.

Considerando também os benefícios dos bons laços afetivos, amor e outros aspectos da complexidade que são as diferenças culturais, níveis econômicos, língua, interesses pessoais, temperamentos e personalidade, gênero, local onde vive e como se insere um indivíduo na “teia social”. Tomando como possível a existência de um padrão na construção de uma infância saudável e base para toda a vida: disponibilidade dos jogos, brincadeiras e participação dos adultos nas diversas etapas do desenvolvimento da criança. A segurança interna se desenvolve ou regride dependendo de como a sua relação é construída com os adultos e outras interações do seu cotidiano.

 

Jogos e brincadeiras

A criança quando está brincando assume novos papeis ou reconstrói as suas experiências, utiliza a imaginação e revive situações confusas, têm novas ideias de como dominar esses momentos adversos, ao mesmo tempo em que desenvolve a criatividade entra num processo que proporciona o maior autoconhecimento. No entanto, existe a constatação que a geração anterior brincava mais do que a atual e dois fatores são preponderantes para essa mudança: as novas tecnologias levando ao isolamento na frente das telas de computadores, smartphones entre outros dispositivos eletrônicos e o foco escolar na busca de desempenho acadêmico e avaliações; diminuindo o tempo disponível para as brincadeiras e as interações sociais nos dois âmbitos. Fatores que trazem muita preocupação.

Sabemos que cérebro humano é dependente de experiências para se desenvolver normalmente, desde o nascimento é como se estivesse num “compasso de espera”, necessitando das experiências para a ativação da circuitaria neural, isso importa em dizer que a capacidade de resistir e construir uma força interior pode ser impulsionada com a atenção dos pais oferecendo alimento, cuidados com a saúde, ensinando sem cercear demais a liberdade, participando das brincadeiras, jogos e dos interesses dos filhos. Existe uma obrigação em dar exemplos e a negligência pode trazer diversos problemas, transtornos de ordem psíquica ou gerar um desenvolvimento atípico, como se o cérebro “perguntasse” onde estão as experiências? O que devo fazer agora? Incapacitando de alguma forma a ocorrência das ligações afetivas com o adulto e a troca de amor.

A participação na vida das crianças gera um processo de “ganha-ganha” para todos. Elas sentem a necessidade de serem notadas pelos adultos e quando se dá oportunidades para uma criança, estamos dando oportunidades coletivas para toda uma nação.

Ambiente Familiar

Esse ambiente precisa oferecer a chance da criança ser ouvida sem julgamentos (sensação de existência), quando ela pode falar, dá pistas de como está construindo seu mundo interno e externo, um ambiente muito repressor incapacita os pais de medirem como seus filhos percebem os limites e desenvolvem uma insegurança que poderá atrapalhar o seu desenvolvimento. A segurança interna é como um molde intelectual gerada a partir das oportunidades que as crianças têm de copiar os adultos (modelo baseado na observação e reprodução dos comportamentos).

Se os pais delimitarem demais o espaço da criança, sem explicar os motivos, por exemplo, ao levar seu filho num parque de diversões ocorrerão diversos momentos: se utilizarem um carro, de acordoPAGINA com a idade do filho tomar-se-á algumas providências de segurança (cadeira especial no banco de trás, sinto de segurança, etc.), sairão do carro num estacionamento ou via pública, no qual, outros veículos circulam e nesses momentos necessariamente serão orientados a andar de mãos dadas com o adulto, mas nos momentos que esses perigos não existem e percebendo a vontade da criança de ter mais liberdade de movimentação, deixa-la experimentar a caminhada ao seu lado ou correr um pouco para que tome para si, nesse ambiente controlado, o domínio do espaço proporcionará uma sensação de autossuficiência, um fator gerador de prazer e superação interna. A supervisão dos pais e liberdade vigiada desempenha papel vital no sucesso de uma criança.

Ambiente Escolar

A escola além disponibilizar informação e transforma-lo em conhecimento através das técnicas pedagógicas precisa oferecer um ambiente que as brincadeiras e as artes façam parte do cotidiano de atividades que não são mensuradas ou testadas, oferecer momentos de descontração e novas experiências com os colegas trarão resultados positivos com possibilidade de desenvolvimento social. A tragédia dessa geração pode vir a ser registrada no futuro pelo excesso de testes altamente padronizados nas escolas, porque, cria um ambiente de muita competição, estresse que retira da criança a capacidade de empatia, ou seja, a preocupação com os outros deixa de ser fator de interesse desses jovens, exatamente, quando essas habilidades poderiam ser desenvolvidas e tornarem-se motivo de orgulho e sucesso.

Estão acima descritos, pontos com potencial para o desenvolvimento de uma pessoa e quando chegar à vida adulta seja considerada “normal” tenha confiança em si própria e entenda a dinâmica social, itens relevantes das questões éticas e morais e fechando, em si, um ciclo: Tornar-se pai ou mãe sabendo como responder a pergunta causadora deste texto.

Artigo publicado na Revista Official Chic – Edição 05 – MAR/ABR 2014 p.72/73

http://officialchic.com.br/da-infancia-a-idade-adulta-caminhos-para-o-equilibrio-emocional/

Sobre marcelopelucio (336 artigos)
Possui habilidades comprovadas para agilizar processos empresarias, encontrar talentos, montar, treinar e organizar equipes. Cria programas de mentoria, melhora o clima organizacional das empresas, escolas e organismos nos quais atua. Encontra o sucesso em diversas áreas da atividade humana e detém várias premiações. Sua vida acadêmica conta com quase três décadas de estudos, possui cinco títulos acadêmicos (graduações, especialização e aperfeiçoamento), centenas de cursos dentro e fora do Brasil e participa de Mestrado em Educação. http://www.marcelopelucio.com.br

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