UM CONVITE PARA A VIDA
Quando surgir uma dúvida sobre a sua existência, duvido que um especialista possa oferecer uma resposta específica, a razão do pensamento exposto consiste em analisar que o sentido da vida, se houver, varia de pessoa para pessoa, de dia para dia, de hora
a hora.
O importante não é o sentido da vida em geral, mas sim o significado específico num determinado momento. Portanto, será possivelmente improdutiva a procura de um significado concreto e global acerca desse assunto!
As linhas escritas abaixo deixam o leitor à vontade para escolher qual o caminho pretende seguir, considerando que cada indivíduo tem a sua própria inclinação específica para executar tarefas que “sente o apelo” sejam elas missões objetivas, mística ou ambas.
À medida que cada situação da vida representa um novo desafio, o significado se altera, muitas vezes substancialmente. Em primeira análise, o homem não deve perguntar qual é o sentido da vida, mas sim, reconhecer qual, em si mesmo, é o apelo interno.
Paradoxalmente, perguntar “qual é o sentido da vida ou o que fazer com ela?” Pode provocar uma resposta geradora de uma nova pergunta: o que em sua vida é significativo para você? E, se não provoca, como é internamente experimentar uma vida sem sentido?
A resposta deste ciclo deveria impulsionar a experimentação, sem restrições, porém, algo na vida tão significativa como a coragem de analisá-la sem impedimentos é tão difícil quanto assumir esta responsabilidade.
Realmente complexo.
Esse é somente o começo, quando se fala da vida é como atravessar o oceano Atlântico, de ponta a ponta, num caiaque e nem saber remar.
Existem diversos enfoques, tais como, orgânico, legal, filosófico, político, místico, religioso e tantas outras nuances. Qualquer posicionamento tem potencial de incitar discussões acadêmicas longevas e dificilmente traria um resultado preciso e convincente no pequeno tempo de nossa existência.
No dicionário Houaiss, ‘vida’ é um substantivo feminino que significa “modo de viver; conjunto de hábitos; propriedade que caracteriza os organismos cuja existência evolui do nascimento até a morte”; para Shakespeare, em Macbeth, “A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre palhaço que por uma hora se empavona e se agita no palco, sem que depois seja ouvido; é uma história contada por idiotas, cheia de fúria e muito barulheira, que nada significa”. Platão explicou “todas as coisas sensíveis dotadas de uma alma e de um corpo são viventes, dos vegetais ao mundo como um todo”. Pascal, por sua vez, apresentou o entendimento: “A vida do homem é miseravelmente curta. Conta-se desde a primeira entrada no mundo; quanto a mim, queria contá-la apenas a partir do nascimento da razão…”
A vida objetivamente pressupõe a existência de atividade que mantém o organismo funcionando de forma análoga durante a sua existência, mesmo com todas as alterações provocadas pelo tempo.
Tratar a vida como um convite, responde a própria existência humana, um Ser responsável pode, eventualmente, oferecer respostas adequadas através das ações que são oriundas das pressões (internas e externas) e nas dificuldades atingir um novo patamar de compreensão. Algo muito singular à espécie humana, porque possui linguagem estruturada e capacidade de montar malhas de complexidade social. Existe, como em toda moeda, a outra face, representada pela autoconsciência e traz à tona a capacidade de entender a finitude da vida.
Mesmo sabendo da realidade mortal dos seres vivos, trata-se de uma tarefa difícil encontrar indivíduos que queiram explicar aos outros como seria o seu último e-mail ou qual a roupa prefere usar em seu funeral. Parece um ponto mórbido, que eventualmente pode provocar o pensamento da vida ser ‘não morte’; então, morte seria o padrão da existência?
Existem pessoas que demonstram um grande desejo de viver e parecem encontrar algum sentido na vida. Indicadores de depressão são encontrados na perda do desejo e ocorrem por causas diversas.
Olhar para trás é um exercício capaz de reativar lembranças das paixões que existiram na infância, momentos livres das questões existenciais. A atenção do adulto naquelas experiências, positivas ou negativas, dá condições de perceber o fluxo de energias que eram capazes de impulsionar ações de significância.
Alguns doentes e idosos aproveitam de maneira própria e com serenidade, outros não apresentam uma boa abordagem. Apreciar a vida não significa necessariamente egoísmo.
As belezas do mundo se apresentam desde o manto estrelado da noite até a tonalidade de uma formação rochosa; existem convites e motivos para todos viverem ciclos viciosos ou virtuosos.
Esqueça o que os outros pensam a respeito e escolha o seu.
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