UM PARADOXO INEVITÁVEL
A visão assertiva a respeito das experiências vivenciadas por um indivíduo tem potencial de atuar na sua psique e encontrar importantes gratificações. Existe um ponto fundamental nos processos de individuação, encontrar-se com o ‘eu’ deixado para trás durante o percurso da vida. Este retorno à própria intimidade pode, a princípio, esbarrar em possíveis dores do passado. No entanto, atitudes positivas facilitam a flexibilização interna e externa.
Reconhecer e trabalhar o amor próprio é possível e está distante do narcisismo representado pelo fascínio com a autoimagem e o ego. Pontos de aplicação da Psicologia Positiva demarcam a força desta abordagem no aumento no bem-estar com validação existencial, domínio de novas habilidades, melhoria no contato e proximidade social, e significação da esperança.
Estudos atuais mostram a influência do pensamento, esperança e fé nos processos de cura. Segundo os neurocientistas, eles são capazes de alterar os processos límbicos (emoções desencadeadas no cérebro do mamífero), mas considerando as diferenças entre o valor dado nas crenças e necessidade de amor ou reconhecimento.
Ligada ao mesmo tema, a felicidade se apresenta como uma capacidade de dar sentido à vida e as práticas terapêuticas visam encontrar o equilíbrio emocional, cognitivo e orgânico, algumas vezes podem ser apoiadas de forma transdisciplinar (áreas da saúde e conhecimento).
Pessoas que agem positivamente, aliadas às suas vontades e necessidades internas, aumentam a criatividade; o humor melhora e surge por encanto o lado ‘bom da vida’. Elas percebem a amplitude das coisas e deixam de “roer o mesmo pequeno pedaço de queijo mofado”.
No sentido oposto, dramatizações e sofrências (neologismo concatenador de ‘sofrimentos’ e ‘carências’) são explicados na psicossomática através da ligação entre a mente e o desencadeamento de sensações corporais negativas. Pessoas capazes de localizar, mesmo dentro dos eventos adversos, motivos para evoluir, por consequência, sentem efeitos positivos. A razão disto é encontrada na forma como demonstram gratidão, sensibilidade e promovem uma higiene mental adequada.
Realizar um encontro com si mesmo contempla retirar as lamentações do foco principal, em tese, alterar automaticamente a malha intrincada de supressão ou liberação de hormônios, tais como o cortisol, produzido nas glândulas suprarrenais localizadas nos rins, ligado diretamente ao estresse e ao sistema imunológico — em doses baixas, gera sintomas de fraqueza e depressão. Este mundo miniaturizado e ‘mágico’ dos hormônios comanda a maquinaria do equilíbrio corpóreo e neuronal. Percebe?
A espécie humana está dotada de inteligência e esta capacidade usada a favor do indivíduo, antes de qualquer coisa, cria barreiras contra a formação de feridas psíquicas. Comunicar é preciso, desde que as palavras usadas sejam para construir; independente de quantidade, intensidade ou intencionalidade, a nobreza comunicacional precisa ser presença garantida.
Além de tudo, um excelente exercício pode ser praticado consiste na observação dos seus próprios pensamentos ou experiências de vida e da mesma forma como você observa os outros. Desenvolver estas práticas de ‘ver’ as próprias lembranças na terceira pessoa, como se você pudesse dar um passo para trás e observar a partir deste novo ângulo. Experimente!
Equidistante, os sentimentos amenizam, a lógica do raciocínio funciona melhor e os resultados são notáveis. Opinar sobre as coisas alheias são mais fáceis porque não há envolvido emocionalmente interno. Resultados excelentes são encontrados quando as dimensões temporais são comparadas, respeitadas e contextualizadas (passado, presente e futuro, montados sobre o mesmo eixo).
Uma conotação complexa de início, transforma-se em algo simples, ainda que não seja fácil, desenvolver a capacidade de explorar o mundo interno, ao mesmo tempo que exercita uma visão externa de si mesmo. Amplie a compreensão global das coisas e o reencontro te fará feliz.
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