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DIZEM QUE A MEMÓRIA DO BRASILEIRO É FRACA: É POR ISSO QUE O SISTEMA DE SAÚDE NÃO FUNCIONA?

Dos direitos fundamentais expressos na Carta Magna desta Republica.

“A História da saúde pública no Brasil”, 1996, Editora Ática, autoria do professor Claudio Bertolli Filho, graduado em História pela USP em 1979 e doutor em ciências pela mesma Universidade em 1993. Um livro que leva à reflexão sobre a realidade da saúde pública no Brasil, um drama vivido diariamente por milhões de pessoas, que nos remete ao pensamento historicamente consagrado sobre o Brasil, no qual, uma parte significante da população brasileira sempre esteve e continua excluída do atendimento médico.

Ao tratar do campo político da saúde dentro do Estado, notoriamente existe uma crítica acentuada do autor a respeito “das formas corruptas e ineficazes de tratar a população” apontado como confirmação da fragilidade deste sistema público.

O texto demonstra o quadro clínico nacional do INSS e o INPS ora evoluindo, ora decaindo, e detalha que no ano de 1979 era um dos mais frágeis da América do Sul.

Estão apresentadas informações importantes e precisas da saúde no Brasil desde a época de colônia que nunca ofereceu atendimento, os índios (pajés) eram os melhores recursos e somente a vinda da família real portuguesa fez o assunto ser pensado, mas os resultados práticos foram praticamente nulos.

Somente no século XIX foi tomada a primeira medida sanitarista, levada a cabo por Oswaldo Cruz chegou provocar uma revolta, na Era Vargas ocorre a criação do Ministério da Saúde, o regime militar sofre com a crise da saúde e o país chega ao final do milênio com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora o tema do livro seja pouco frequente nas salas de aula está incluído um roteiro de atividades escolares que explica “ser um problema de difícil solução”.

A partir da última década do século XX, importantes periódicos científicos e profissionais do campo de História e Saúde Pública, passaram a dedicar espaço para reflexões e inquietações criou-se seções específicas e permanentes dedicadas ao assunto. Por meio do alargamento do olhar sobre o passado e ao debruçar sobre a história pode-se potencializar a compreensão dos processos sociais e culturais, uma forma de buscar alternativas de mudanças.

Na análise desta obra, ligada ao campo da História Social, é possível reconhecer a preocupação que o autor traz através da visão critica da antropologia como forma de olhar o problema com profundidade. A revelação surge na tematização da saúde, como ocorreu o processo de medicalização. Sua outra vertente é mostrar as características que tiram à relação saúde-doença do campo teológico-metafísico para o técnico-científico com espectro do campo político do Estado.

Bertolli faz uma crítica ao sistema como um todo, exemplifica a deficiência do sistema público de saúde, demonstra implicitamente sua visão sobre a ditadura do Estado Novo e suas relações com a população em contraposição com as reformas políticas e econômicas.

O autor trabalha uma vertente de história global do país, envolvendo os “personagens” (povo e governante), faz crítica política aos moldes que estruturam o sistema de saúde pública nacional, apresenta um modelo teórico, conceitual e interpretativo do Brasil através de uma linha de tempo bem definida, mostra os detalhes históricos, desafios e as transformações nas relações da sociedade e as atitudes de seus líderes.

Apresenta um texto que proporciona o apoio ao trabalho do professor, tem a capacidade de estimular o interesse dos alunos e apresenta uma  proposta coerente.

por Marcelo Pelucio

Resenha do livro “A História da saúde pública no Brasil”, na matéria de Psicologia Hospitalar, quinto termo, Universidade de Marília – Unimar/2012

Sobre marcelopelucio (336 artigos)
Possui habilidades comprovadas para agilizar processos empresarias, encontrar talentos, montar, treinar e organizar equipes. Cria programas de mentoria, melhora o clima organizacional das empresas, escolas e organismos nos quais atua. Encontra o sucesso em diversas áreas da atividade humana e detém várias premiações. Sua vida acadêmica conta com quase três décadas de estudos, possui cinco títulos acadêmicos (graduações, especialização e aperfeiçoamento), centenas de cursos dentro e fora do Brasil e participa de Mestrado em Educação. http://www.marcelopelucio.com.br

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